A rua é a Maior Arquibancada do Brasil

Ao contrário do que pensavam as lideranças governamentais e os depravados mandantes brasileiras, a juventude revolucionária do país não estava acomodada.

Os últimos manifestos de grande magnitude ocorridos no Brasil se deram a décadas, com os Caras Pintadas que pressionaram o ex-Presidente Fernando Collor de Mello a renunciar à presidência da república em 1992. De lá para cá muitas bandalheiras ocorreram na seara política nacional como:  A venda do patrimônio público do país, escândalos intoleráveis com políticos inescrupulosos investigados por crimes sendo empossados em cargos importantes no Congresso Nacional, entre outras dezenas de absurdos revoltantes como o mensalão e muitos outros. Em meio a tanto desrespeito com a nação brasileira, tudo parecia correr sem freio, como se aquela valente juventude que sangrou em público no período da ditadura, que encheu as ruas nas Diretas Já e no Pré Impeachment de Collor, (Caras Pintadas), não existisse mais. Fosse meramente história. E assim pudesse reinar o desgoverno perpétuo ao bel-prazer da prepotência do poder.

Eis que de repente surge, em pleno período de um mega evento futebolístico, “ópio do povo”, uma imensa força jovem oriunda da revolta que se remoía em silêncio com a mesma pungência das anteriores e abala as viciadas estruturas que se deliciam em seus status quo, sem medo e sem pudor. O povo. Os jovens desadormeceram e mostraram que o poder emana dele, povo e que apenas o delega aos mandatários.

“E agora José?” Palanque não resolve, gás lacrimogênio também não. Mexam-se governantes, reúnam-se imediatamente, só o futebol bilionário, desigual e manipulado, não basta, o povo quer mais, quer dignidade, quer respeito, transparência, quer o fim do tradicionalismo político, quer transformação. Quem manda é o povo, mudem as leis, diminuam os impostos, façam reformas, a revolta não é só pela disparada lucrativa dos transportes ineficientes dos grandes centros. A saúde é lastimável, a educação mentirosa, a segurança não existe e as soluções aparentes são falsas. A juventude de junho de 2013 é meu orgulho. Esse é o meu Brasil, bato palmas para as ruas brasileiras. “A maior Arquibancada do Brasil”.

Jô Pinheiro