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Repórter Jô Pinheiro

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domingo, 26 de fevereiro de 2012

A Luta do Zé

                                                                                                                                


          Morre Zé de Alencar, um mineiro puro sangue. Eu que fiquei casado durante 10 anos numa família de mineiros acabei conhecendo muito bem aquele povo e também me tornei até fã do estilo mineiro de ser.
          Os mineiros têm diversas famas posso citar algumas aqui pro cês: são escovados como a gente diz por aqui, para eles é come queto, (quieto), são mão de vaca, para alguns são falsos, mas também são perseverantes e trabalhadores, além do mais mineiro tem um jeito de ser que é único, inexplicável altamente perceptível, na fila de um Banco por exemplo, todos de pé sem falar com ninguém é possível se conhecer um mineiro mesmo quando nem uma reação é esboçada pelo dito cavalheiro e quando se pergunta o nome de um mineiro pode se esperar um Geraldo, Etelvino, Gerônimo, Delfino, Gervázio por aí vai.
        Zé de Alencar era um deles, tinha um sorriso típico de mineiro um jeito “manso”, mas do tipo não pise no meu calo, nasceu em Muriaé Cidade pequena no sul de Minas cercada de serras, foi para Caratinga aos 18 anos pediu dinheiro emprestado para montar seu próprio negócio uma pequena loja de tecidos e não parou mais de ganhar dinheiro transformando seu negócio numa das maiores indústrias têxteis do Brasil sendo responsável por uma significante fatia das exportações do setor neste pais. Como vice-presidente foi fiel a Lula, mas dava-lhe espetadas quando era necessário especialmente quando assunto mexia com os seus interesses, coisa de mineiro escovado sô.
        Agora gente, vamos ver as coisas boas do velho Zé: a perseverança, a calma do mineiro, a fé que é típica daquela gente, seu algoz lhe caçou por 13 anos, um câncer maligno onde um individuo comum morreria ao saber do resultado positivo do exame, Zé de Alencar progrediu nesse período, tornou-se senador com três milhões de votos depois de sofrer uma derrota para o governo de Minas, tornou-se vice-presidente da república e o mais difícil,  nesse período já doente sobreviveu a duas árduas campanhas políticas. Como se não bastasse colecionou 13 cirurgias na mesma região de seu corpo e por fim já que não temos espaço para falar tudo, sorrindo como sempre proferiu a seguinte frase: Deus é quem sabe o que é melhor para mim se ele quiser inclusive que eu morra também deve ser bom para mim por que Deus não quer nada ruim para ninguém.
       Que o pai eterno em seu seio de amor acolha esse irmão e sigamos o seu legado de perseverança e aceitação da dor.
Um grande abraço a todos !

                                                                                                            José Josimar Pinheiro Mota
                                                                                                            Abril de 2011

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