Ex prefeita de Fortaleza Luisiane Lins |
A ex-prefeita Luizianne Lins está voltando. Após férias no Rio de
Janeiro, para onde pode se mudar definitivamente em função de seus estudos, ela
reassume cargo na presidência do PT no Estado em ambiente político diferente do
que havia deixado aqui no ano passado: seu partido referendou a aliança com o
PSB no plano estadual com somente dois votos contrários. Essa decisão vai de
encontro ao que ela defende - os dois votos contrários foram dos membros da
executiva estadual mais ligados a ela. Além disso, o PT discute seus dez anos à
frente do Executivo e planeja as eleições internas, aproveitando o intervalo
eleitoral para se preparar para 2014.
Nesse contexto, Luizianne precisará assumir posição institucional.
“Esperamos que ela possa liderar processo de discussão para repactuar a relação
entre PT e PSB”, afirma o deputado federal Artur Bruno (PT). Para ele, o PT
precisaria participar das decisões estratégicas do governo Cid Gomes, o que não
é feito atualmente. “Para que a aliança não seja apenas eleitoral ou em torno
de cargos e secretarias”, aponta.
O diálogo entre Luizianne, como representante institucional do PT, e o
PSB não deve transcorrer em águas calmas. A gestão petista tem sido golpeada
não apenas pelo novo prefeito Roberto Cláudio, como também pelos Ferreira
Gomes. O primeiro acusou a petista de “falta de honestidade” no imbróglio das
passagens de ônibus – quando decreto assinado por ela aumentou o preço das
passagens no último dia do ano. O ex-ministro Ciro Gomes chegou a dizer que a
situação é de “descalabro” dentro da Prefeitura. E o governador Cid Gomes
adjetivou Luizianne como “vaidosa, arrogante e personalista demais”. As rusgas
entre Luizianne e Cid Gomes não extravasaram para o plano nacional. Mas o
cenário que se desenha para 2014 pode estragar a parceria.
As primeiras atividades partidárias da ex-prefeita serão depois de
amanhã. Na agenda, ato de comemoração pelos dez anos do partido à frente do
Executivo federal – com a participação de Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma
Rousseff e do presidente do PT, Rui Falcão. Lá, deve ser reafirmada a força de
Dilma para 2014, afastando a possibilidade de eventual regresso lulista e
alertando futuros adversários – tal como o ainda aliado Eduardo Campos (PSB),
cujo nome fica cada vez mais robusto para a disputa presidencial.
O presidente interino do PT, Joaquim Cartaxo, entretanto, descarta que
seja possível rascunhar as eleições do próximo ano sem que seja mera
especulação. “Quem vai decidir sobre 2014 é a direção a ser eleita em novembro.
Não dá para dizer que a conjuntura nacional será a mesma até lá”.
Por Jo Pinheiro
Fonte: Jornal o Povo
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