Metáforas de um novo estado ...
A vida percorre caminhos
diversificados. As alamedas, avenidas, marginais, túneis e elevados ruidosos
são marcas vivas e são agora curvas, horas sem som, horas claras horas escuras,
horas enluaradas. Á ardida fumaça e o rígido piso preto agora são pó de chão,
tijuco, água borboletas, pequenos viventes voadores em meio a velocidade da
máquina. A paisagem de pedras compactas, vidraças e letreiros agora se espalha
no vasto chão de galhos sem cor, sem sombra quando desnudos, perfumados,
líricos, herbáceos quando vestidos. Arranha céus agora são montanhas “góticas”,
horas sombrias, horas lacrimosas de efêmera beleza e semblante variável. Os
medos são outros, os perfumes são bruscos, mutantes. Os neons, cristais, hortelãs, cerejas,
batons, decotes, brancos sorrisos, borbulhas douradas agora viram sol. O
glamour da canção noturna vira som de rapina, “alusão à vida na sua forma mais natural”.
Jo Pinheiro